A moça-fantasma que toma conta das madrugadas da serra
Drummond, Pedro Nava, Eunice Vivaqua e Rubem Braga escreveram sobre uma das assombrações mais conhecidas de Belo Horizonte
O cheiro de dama da noite toma conta do casarão adormecido. Do lado de fora, vinte pessoas encasacadas se espremem na calçada, com pequenas nuvens de vapor d’água saíndo das bocas de cada uma delas, o respirar humano se condensando ao encontrar o frio.
Ali da calçada eu contei dez janelas na casa rosa de dois andares, mas é possível que sejam mais. É que parte da residência se esconde atrás do tronco imenso de uma árvore centenária, uma gameleira com raízes aéreas que descem até o solo, se enrolando e sufocando outras árvores. Estamos na Rua do Chumbo e é ali que a assombração aparece, sempre anunciada pelo perfume da dama da noite.
Naquela ocasião havia um fator extra para a evocação da moça-fantasma: era sexta-feira, 13 de junho.
A moça-fantasma da literatura
O escritor Rubem Braga foi um dos muitos que se encontraram com ela. Numa crônica, ele contou que a aparição começou como tinha que ser: num boteco, afinal essa é uma lenda belo-horizontina.
(Parênteses, mas já voltaremos)
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(Fecha parênteses. Vamos seguir?)